Falta cultura de prevenção na nossa sociedade
Reportagem elaborada pelo jornal, Tribuna da Madeira, a 16 de Outubro de 2015. Leia aqui na Integra esta reportagem sobre “Falta cultura de prevenção na nossa sociedade”.
“Manuel Gonçalves, diretor geral da Castelogest, lembra que os incêndios “não acontecem só em casa alheia”, razão pela qual “a prevenção deve ser palavra de ordem”.
Consciencializar para a segurança contra incêndios nos edifícios e utilização dos meios disponíveis nos condomínios, numa primeira intervenção, foi o objetivo de duas ações promovidas pela empresa de administração de condomínios Castelo- gest. Manuel Gonçalves, diretor-geral da Castelogest, defende que estas iniciativas “são fundamentais e úteis”, apontando que ainda há um certo desconhecimento por parte dos condóminos em matéria de prevenção e de combate a princípios de incêndios.
A empresa de administração de condomínios Castelogest promoveu, recentemente, duas ações de coaching sobre a utilização de meios de com- bate a incêndios. A iniciativa, que decorreu nas instalações do Serviço Regional de Pro- tecção Civil (Cancela), teve como objetivo principal sen- sibilizar os participantes da importância da correta utili- zação e manuseamento dos referidos meios.
“Numa vertente social, a Castelogest procura divulgar, regularmente, informação aos seus condóminos sobre cidadania, vida em comuni- dade, proteção do ambiente, segurança pessoal, etc. Por isso, com mais esta iniciativa inovadora procuramos con- tribuir para uma consciencia- lização dos nossos condómi- nos para a segurança contra incêndios nos edifícios e uti- lização dos meios disponíveis nos condomínios, numa pri- meira intervenção”, transmi- tiu Manuel Gonçalves.
O diretor geral da Caste- logest recordou que frequen- temente surgem notícias de incêndios em apartamen- tos, com especial incidên- cia no continente português. “A nível nacional tem havi- do alguns incêndios em apar- tamentos devido, sobretudo, a explosões de gás. Por isso, como a Castelogest é uma empresa que gosta de ser ino- vadora, achamos que era útil proporcionar esta formação aos condóminos que estives- sem interessados em adqui- rir conhecimentos básicos para poderem estar prepara- dos para ‘atacar’ princípios de incêndios, quer a nível das áreas comuns, quer a nível dos próprios apartamentos”, vincou.
Nesse sentido, nas referidas ações os formandos aprende- ram – com formadores espe- cializados afetos à Proteção Civil – a manipular extin- tores de incêndios, carretéis (bocas de incêndio) e as man- tas ignífugas, bem como lhes foram transmitidos conheci- mentos gerais sobre a melhor forma de atuar em caso de início de incêndio.
Manuel Gonçalves conside- ra que as referidas ações “são fundamentais e úteis”, apon- tando que ainda há um certo desconhecimento por parte dos condóminos em matéria de prevenção e de combate a princípios de incêndios.
“A avaliar pela reação dos que estiveram presentes, toda a gente achou útil e interes- sante esta formação. A maior parte das pessoas pensa que é muito fácil pegar num extin- tor, mas depois de o fazer verifica que o seu uso é envol- to de muitos pormenores, como por exemplo, os deta- lhes da forma como se deve atacar o princípio de incên- dio, como se deve aproximar das chamas, etc.. Num incên- dio numa cozinha, por exem- plo, nunca se deve tentar apa- gar o fogo com água, pois isso ainda ‘atiça’ mais as cha- mas”, vincou o responsável pela Castelogest.
Manuel Gonçalves mostrou-se convicto de que se existissem mais ações prá- ticas de utilização de meios de incêndios a prevenção e o combate a princípios de incêndios ficariam mais faci- litados. “Se todos estiver- mos mais ou menos preve- nidos, em caso de emergên cia é mais fácil atuar-se logo. Normalmente, as pessoas não sabem como atuar num prin- cípio de incêndio e, muitas vezes, em vez de suavizarem poderão ainda aumentar as chamas”, frisou.
A título de exemplo, o dire- tor geral da Castelogest aler- tou que a manutenção dos extintores nunca deve ser descurada. “Os extintores constituem o meio mais ade- quado para atacar um incên- dio na fase inicial. Por isso, a eficácia dos extintores depen- de, em grande medida, da realização de inspeções regu- lares e manutenções anuais”, realçou.
Os incêndios “não acontecem só em casa alheia”
O diretor geral da Castelogest considera que ain- da falta um pouco de cultura de prevenção na nossa sociedade. “Por exemplo, a Castelogest gere, em termos de frações, mais de 3500 condóminos. Porém, para conseguirmos um número suficiente de pessoas para participarem nas duas ações que levamos a cabonos dias 3 e 10 de outubro foi preciso andar a mobilizar e a contactar as pessoas. Isto só mostra que, realmente, as pessoas não reconhecem a importância da prevenção. Isto é um pouco uma amostra do nosso espírito português, que é ‘casa arrombada, trancas na porta’”, comparou.
O responsável pela Castelogest aproveitou a deixa para criticar o facto de ainda existirem alguns edifícios que não têm equipamentos de combate a incêndios na fase inicial. “Há prédios, sobretudo aqueles mais antigos, que nem sequer têm extintores”, apontou.
Contudo, Manuel Gonçalves lembrou que os incêndios “não acontecem só em casa alheia”, razão pela qual “a prevenção deve ser palavra de ordem”. “É bom as pessoas estarem prevenidas para essas situações de emergên- cia porque, para além de as afetar diretamente, o incêndio poderá ter implicações no prédio todo”, sublinhou.
Desta forma, aquele responsável reforça que é importante acontecerem mais ações de coaching sobre a utilização de meios de combate a incêndios, garantindo que a Castelogest “não hesitará” em promover novas ações caso haja “um número suficien- te de condóminos interessados”.
Fonte: Tribuna da Madeira